Crítica textual e ensino: análise filológica de crônicas em livros didáticos
DOI:
https://doi.org/10.53282/pqe.v4i1.999Resumo
O presente artigo expõe o resultado da pesquisa na qual analisamos, através de parâmetros filológicos, crônicas do escritor capixaba Rubem Braga, presentes em livros didáticos de Língua Portuguesa, aprovados pelos PNLD dos anos de 1999, 2002 e 2005. Objetivamos com este trabalho analisar o processo de transmissão desse gênero textual, averiguando a existência de divergências, denominadas de variantes, entre o texto transcrito no livro didático e o que é indicado por este como referência / fonte. A partir do exercício de cotejo entre testemunhos, da identificação das variantes e suas classificações, a saber - omissão, adição, substituição e alteração da ordem (BLECUA,1983) - buscamos levantar hipóteses motivacionais para tais variantes, levando-se em consideração o contexto de produção e circulação dos materiais didáticos examinados. Constatamos, então, que o contexto discursivo do Livro Didático de Língua Portuguesa como um todo contribui para a existência de variantes textuais. A análise empreendida gerou como resultado a percepção de que existem diversas motivações para a produção dessas variantes, tais como: censura, abrandamento vocabular, fuga de aprofundamento de discussões que possam ser consideradas inadequadas ou desnecessárias ao público leitor, simplificação do texto com intuito de resumi-lo para disponibilização de espaço gráfico, correção gramatical, erro de cópia, entre outros. Com esse estudo buscamos refletir acerca da contribuição dos estudos filológicos para o campo ensino e para a prática pedagógica.
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