Lei 11.645/08 e os movimentos indígenas

trajetórias de luta pela inclusão do ensino de História e Cultura indígena nos currículos das escolas brasileiras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53282/sul-sul.v5i1.1017

Palavras-chave:

Lei 11.645/08, Currículos, Ensino de História, Movimentos Indígenas, Professores Indígenas

Resumo

Em diálogo com autores indígenas como Gersem Baniwa, Casé Angatu, Edson Kaiapó, Daniel Munduruku e outros não-indígenas, este artigo pretende elucidar parte da trajetória de lutas e reivindicações dos movimentos indígenas que contribuíram na conquista da obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Indígena nas escolas brasileiras, com a Lei 11.645/08. Nessa perspectiva, abordam-se os significados políticos e sociais dessa Lei para os povos indígenas e a sociedade brasileira, bem como a importância do protagonismo dos povos indígenas na história da educação no Brasil, tendo em vista o fortalecimento de suas identidades, direitos e lutas por uma escola não colonizadora no tempo presente.

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Biografia do Autor

Kátia Luzia Soares Oliveira, IFBA

Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia. Doutora em História pela Universidade de Brasília. Mestre em História pela Universidade do Estado da Bahia. Especialista em História pela Universidade do Estado da Bahia. Graduada em História pela Universidade do Estado da Bahia. E-mail: katialuziasoares@ifba.edu.br.

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Publicado

03-10-2024

Como Citar

SOARES OLIVEIRA, Kátia Luzia; RODRIGUES DE OLIVEIRA, Susane. Lei 11.645/08 e os movimentos indígenas: trajetórias de luta pela inclusão do ensino de História e Cultura indígena nos currículos das escolas brasileiras. Sul-Sul - Revista de Ciências Humanas e Sociais, [S. l.], v. 5, n. 1, p. 51–74, 2024. DOI: 10.53282/sul-sul.v5i1.1017. Disponível em: https://revistas.ufob.edu.br/index.php/revistasul-sul/article/view/1017. Acesso em: 25 out. 2024.

Edição

Seção

Vol 05 N. 01 - DOSSIÊ EDUCAÇÃO, DECOLONIALIDADE E JUSTIÇA SOCIAL

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