Sapatão
narrativas político-afetivas de corpos-fronteira na cidade
DOI:
https://doi.org/10.53282/sulsul.v2i02.878Palavras-chave:
Cartografia, Encontro, Sapatão, Cidade, NarrativasResumo
O objetivo de nosso trabalho foi cartografar experiências sapatão na cidade. Trata-se de uma pesquisa inserida no campo de estudos do gênero e das interseccionalidades. Nos interessou conhecer, especialmente, de que maneira os corpos-sapatão foram e são constituídos em meio a processos institucionais e como se localizam em meio às forças em relação. Os dados foram produzidos e analisados com base no método cartográfico, a partir da ferramenta de um caderno itinerante que circulou entre as 5 participantes-narradoras. Para a composição do diagrama teórico-analítico, utilizamos da performatividade, precariedade e aliança em Butler, da noção de encontro como aquilo que produziu as narrativas e da cidade como território existencial. As linhas de análise aparecem intituladas como Foi difícil escrever, tive que me conectar com a K. de 1990; Quem lhes solicita para estar atente a estas palavras não é uma mulher, mas sim uma sapatã; Aprendi com meu avô que a saliva tem mais poder que a pólvora; Corpo é cidade, muda mas permanece mesmo com toda a mudança e Por um ethos sapatão-cartográfico de condução da escuta. Encontramos, em nosso trabalho, modos plurais de corpos-sapatão experimentarem as cidades, a partir de um acompanhamento de processos possibilitado pelo exercício das escritas de si.
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