Corpos e experiências lésbicas importam? Para quem?
A rede lésbi brasil diálogos entre ativismo e academia
DOI:
https://doi.org/10.53282/sulsul.v2i02.892Resumo
Este artigo procura compreender, numa perspectiva foucaultiana e dos estudos de gênero, as relações de poder que produzem a invisibilidade das experiências, corpos e práticas relacionadas às lesbianidades no Brasil. Mesmo com diversas pesquisas acadêmicas e perante as trajetórias de ativistas lésbicas pelo país, tais experiências, corpos e práticas seguem invisibilizados. A análise questiona se tais relações estariam se produzindo por meio de discursos que interseccionam o machismo e a misoginia, dentre outras doenças sociais, ao eleger como alvos corpos e experiências que ousam se distanciar das normas colocadas em funcionamento pela heterossexualidade compulsória. Busca ainda pensar sobre as formas como as experiências lésbicas são, muitas vezes, sabotadas pelo próprio movimento social LGBT e por outros movimentos que contribuem para o apagamento desses corpos e práticas, colocando-os como menos importantes. Corpos e experiências lésbicas importam? Para quem? A partir destas reflexões, o texto investiga também a articulação da Rede Nacional de Ativistas e Pesquisadoras Lésbicas e de Mulheres Bissexuais – Rede LésBi Brasil, como uma estratégia de resistência aos tempos de obscurantismo acirrados no Brasil desde as eleições presidenciais de 2018.
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