Contribuições e compromissos

Perspectivas feministas decoloniais e a História

Autores

  • Marluce Dias Fagundes Universidade do Vale do Rio dos Sinos
  • Priscilla Almaleh Universidade do Vale do Rio dos Sinos
  • Miriam Vieira Universidade do Vale do Rio dos Sinos

DOI:

https://doi.org/10.53282/sulsul.v1i03.792

Palavras-chave:

Corpos, Feminismo Decolonial, História.

Resumo

Pensando na História como corporificada e no corpo como território, desenvolvemos neste texto algumas reflexões sobre o fazer história em perspectiva feminista e decolonial. O corpo é constituído desde relações, memórias, processos e trocas. É a forma que nos constitui e que nos faz existir no mundo e é por via desse corpo que experimentamos as relações de poder, a partir do entendimento que gênero é uma construção herdada e construída. Assim, acreditamos que é importante situar o debate, pensando no corpo que sente e se relaciona a partir da visão de outras(os) autoras(es) que pensam sobre as fronteiras da violência e nas construções de poder herdadas do colonialismo. Neste texto, revisitamos algumas obras clássicas sobre violência de gênero, em especial no Brasil, trazendo suas particularidades, contribuições e críticas para o debate histórico desde interpelações feministas decoloniais, afirmando nosso compromisso ético e político com a História e com o Feminismo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marluce Dias Fagundes, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Doutoranda em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Integrante do Grupo de estudos e pesquisa sobre Gênero e História IFCH/UFRGS (GENHI) e pesquisa os seguintes temas: violência de gênero; História da Justiça; teorias feministas. 

Priscilla Almaleh, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Doutoranda em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Ênfase nos estudos de gênero a partir do feminismo decolonial.

Miriam Vieira, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Doutora em Antropologia Social. Docente e pesquisadora no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Unisinos. Bolsista produtividade CNPq.

Referências

ADICHIE, Chimamanda. Palestra proferida no TED Talks, Oxford (Reino Unido), jul. 2009. Disponível em: https://www.ted.com/talks/chimamanda_ngozi_adichie_the_danger_of_a_single_story/transcript?language=pt Acesso em: 31 jul. 2020.

ARRUZA, Cinzia; BHATTACHARYA, Tithi; FRASER, Nancy. Feminismo para os 99%: um manifesto. São Paulo: Boitempo, 2019.

BAIRROS, Luiza. Nossos Feminismos revisitados. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 3, n. 2, p. 458-463, 1995.

BALLESTRIN, Luciana Maria de Aragão. Feminismos Subalternos. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, 25(3): 530, setembro-dezembro/2017.

BRAH, Avtar. Diferença, diversidade, diferenciação. Cadernos Pagu, Campinas, n. 26, p. 329-376, jan./jun. 2006.

CABNAL, Lorena. Feminismos Diversos: El Feminismo Comunitário. ACSUR-Las Segovias, 2010.

CAULFIELD, Sueann. Em defesa da honra: moralidade, modernidade e nação no Rio de Janeiro (1918-1940). Campinas, SP: Editora da Unicamp/Centro de Pesquisa em História Social da Cultura, 2000.

CHALHOUB, Sidney. Trabalho, lar e botequim: o cotidiano dos trabalhadores no Rio de. Janeiro da belle époque. Campinas, SP: Editora da Unicamp, [1986] 2008.

COLLINS, Patrícia Hill. Como alguém da família: raça etnia e o paradoxo da identidade nacional norte-americana. Gênero, Niterói, v. 8, n. 1, p. 27-52, 2º. sem. 2007.

COLLINS, Patrícia Hill. O que é um nome? Mulherismo, Feminismo Negro e além disso. Cadernos Pagu, v. 51, 2017.

COLLINS, Patricia Hill. Pensamento feminista negro: conhecimento, consciência e a política do empoderamento. Trad. Jamille Pinheiro Dias. São Paulo: Boitempo, 2019.

CONNELL, Raewyn. Masculinidade hegemônica: repensando o conceito. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, vol.21, n.1, Jan./Apr. 2013.

CORRÊA, Mariza. Morte em Família: representações jurídicas de papéis sexuais. Rio de Janeiro: Graal, 1983.

CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 171-188, 2002.

CURIEL, Ochy. Construyendo metodologías feministas desde el feminismo decolonial. In: AZKUE, Irantzu Mendia et. al. Otras formas de (re)conocer. Universidad del País Vasco, 2014.

CURIEL, Ochy. Construindo metodologias feministas a partir do feminismo decolonial. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020. pp. 121-138.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.

ENGEL, Magali. Meretrizes e Doutores: Saber médico e prostituição no Rio de Janeiro (1840-1890). São Paulo: Brasiliense, 1989.

ESTEVES, Martha de Abreu. Meninas perdidas: Os populares e o cotidiano do amor no Rio de Janeiro da Belle Époque. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.

FEDERICI, Silvia. Mulheres e caça às bruxas: da idade médias aos dias atuais. São Paulo: Boitempo, 2019.

GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural da Amefricanidade. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento feminista: conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019, p. 341-356.

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019, p. 237-258.

GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020, p. 38-51.

GRINBERG, Keila. A história nos porões dos arquivos judiciários. In: PINSKY, Carla Bassanezi; LUCA, Tania Regina de. O historiador e suas fontes. 1ª ed., 4ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2015, p. 119-140.

HARAWAY, Donna. Saberes Localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, vol. 5, 1995.

HARDING, Sandra. A instabilidade das categorias analíticas na teoria feminista. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento feminista: conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019, p. 95-120.

hooks, bell. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. Rio de Janeiro: Rosa dos tempos, 2018.

LAURETIS, Teresa. A tecnologia do gênero. In: HOLLANDA, H. B. Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.

LUGONES, María. Rumo a um feminismo decolonial. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento feminista: conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019, p. 357-378.

LUGONES, María. Colonialidade e Gênero. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020. pp. 53-83.

MOHANTY, Chandra. Bajo los ojos de Ocidente: academia feminista y discursos coloniales. IN: NAVAZ. Liliana Suárez; CASTILLO, Rosalda Aída Hernández. Descolonizando el Feminismo: Teorías y Prácticas desde los Márgenes. Ediciones Cáterdra: Universitat de Valencia, 2008, pp. 117 - 163.

NASCIMENTO, Beatriz. A mulher negra e o amor. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019. pp. 265-268.

PAREDES CARVAJAL, Julieta. Hilando fino desde el feminismo comunitario, Comunidad Mujeres Creando. Deustscher Entwicklungdienst, La Paz, 2010.

PEDRO, Joana Maria; SOIHET, Rachel. A emergência da pesquisa da História das Mulheres e das Relações de Gênero. Revista Brasileira de História, vol. 27, nº 54, 2007.

PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. São Paulo: Contexto, 2007.

PIEDADE, Vilma. Dororidade. São Paulo: Editora Nós, 2017.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder y clasificación social. Journal of world-systems research, v. 11, n. 2, p. 342-386, 2000.

RAGO, Luzia Margareth. Do cabaré ao lar: a utopia da cidade disciplinar Brasil 1890-1930. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 1985.

RIOS, Ana Maria; MATTOS, Hebe Maria. O pós-abolição como problema histórico: balanços e perspectivas. Topoi, Rio de Janeiro, v. 5, n. 8, 2004, p. 170-198.

SEGATO, Rita Laura. Las estructuras elementales de la violencia: ensayos sobre género entre la antropología el psicoanálisis y los derechos humanos. Bernal: Universidad Nacional de Quilmes, 2003.

SEGATO, Rita Laura. Gênero e colonialidade: em busca de chaves de leitura e de um vocabulário estratégico descolonial. E-cadernos ces, n. 18, 2012.

SEGATO, Rita Laura. La guerra contra las mujeres. Madrid: Traficantes de Sueños, 2016.

SCHUCMAN, Lia Vainer. Sim, nós somos racistas: estudo psicossocial da branquitude paulistana. Psicologia & Sociedade, v.26, n.1, p. 83-94, 2014.

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Ed. UFMG, [1995] 2010.

VEIGA, Ana Maria. Uma virada epistêmica feminista (negra): conceitos e debates. Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 12, n. 29, e0101, jan./abr. 2020.

VIEIRA, Miriam Steffen. Categorias Jurídicas e violência sexual: Uma negociação com
múltiplos atores. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2011.

VIGOYA, Maria Viveros. As cores da masculinidade: experiências interseccionais e práticas de poder na Nossa América. Rio de Janeiro: Papéis Selvagens, 2018.

Downloads

Publicado

28-01-2021

Como Citar

Dias Fagundes, M., Almaleh, P., & Steffen Vieira, M. (2021). Contribuições e compromissos: Perspectivas feministas decoloniais e a História. Sul-Sul - Revista De Ciências Humanas E Sociais, 1(03), 77–103. https://doi.org/10.53282/sulsul.v1i03.792