Da opressão comum à interseccionalidade

reflexões em primeira pessoa

Autores

  • Diônvera Coelho da Silva Doutoranda em educação do Programa de pós-graduação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
  • Livian Lino Netto Doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Pelotas
  • Aline Accorssi UFPel

DOI:

https://doi.org/10.53282/sulsul.v1i03.799

Palavras-chave:

educação feminista; movimento de mulheres; mulheres pretas

Resumo

O presente trabalho, de caráter ensaístico, objetiva refletir sobre algumas contradições dos movimentos feministas branco a partir da perspectiva teórica de intelectuais afro-latinas-americanas e afro-estadunidenses. Começamos o texto com um manifesto em primeira pessoa e reivindicamos uma pesquisa que precisa ser escrita, feita e pensada para e, realizada, com as/os próprias/os protagonistas. Para isso, abordamos dois aspectos: o primeiro, de “opressão comum” que generaliza experiências de mulheres, problematizado especialmente por bell hooks (2015). O segundo, o conceito de interseccionalidade, desenvolvido por Kimberlé Crenshaw (1989) e revisitado por Patrícia Hill Collins (2019). Concluímos que, a partir da compreensão de que não se pode pensar em uma opressão comum em relação às experiências de mulheres, o conceito de interseccionalidade se torna importante para a reflexão. Os marcadores gênero, raça, classe e sexualidade, relacionados entre si, contribuem para que exista uma luta contra essas opressões e que o feminismo negro como teoria crítica, avance em direção à libertação de todas as mulheres e, consequentemente, de todas as pessoas.

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Biografia do Autor

Diônvera Coelho da Silva, Doutoranda em educação do Programa de pós-graduação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel)

Bacharel em Agronomia e Mestra em Agronomia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL); Doutoranda em educação do Programa de pós-graduação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel); Graduanda em Psicologia na Universidade Federal do Rio Grande (FURG). E-mail: diionveracoelho@gmail.com

Livian Lino Netto, Doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Pelotas

Licenciada e bacharel em ciências sociais pela universidade federal de pelotas; mestra em Educação pelo instituto federal Sul-rio-grandense e doutoranda em educação pela Universidade federal de pelotas

Aline Accorssi, UFPel

Psicóloga. Mestra em Psicologia Social e da Personalidade e Doutora em Psicologia pela PUCRS. Professora na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Líder do “Grupo Mariposas: minorias sociais, resistências e práticas de transformação”.

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Publicado

28-01-2021

Como Citar

Coelho da Silva, D., Lino Netto, L., & Accorssi, A. (2021). Da opressão comum à interseccionalidade: reflexões em primeira pessoa. Sul-Sul - Revista De Ciências Humanas E Sociais, 1(03), 41–56. https://doi.org/10.53282/sulsul.v1i03.799