A escrevivência como um processo de libertação e de reescrita da vida
DOI:
https://doi.org/10.53282/sul-sul.v5i1.1035Palavras-chave:
escrevivência, leitura decolonial, literatura engajada, educação críticaResumo
Este artigo sintoniza com o desejo de que, dentro das salas de aula brasileiras, pessoas negras, especialmente as meninas e mulheres, não sejam tratadas apenas como parte objetificada e apagada de uma narrativa histórica racista, de base ideológica moderno-colonial. Partilhamos reflexões críticas sobre a construção da escrevivência como um ato de resistência, como um gesto libertador e revolucionário de escrita, que versa sobre as minorias e para as minorias, com o intuito de focalizar o protagonismo das mulheres pretas, para as suas histórias e conquistas. O objetivo central é analisar a perspectiva etnográfica crítica de uma das obras de Conceição Evaristo, um livro de contos chamado “Insubmissas lágrimas de mulheres”. Para compreender elementos do racismo estrutural, do feminismo decolonial e para ressaltar a contribuição de uma literatura representativa para jovens que necessitam cada dia mais de pertencimento, analisamos composição textual de dois contos desse livro que narra histórias de vida de mulheres pretas brasileiras. É um artigo ensaístico, com nuance autobiográfica (focalizada na narrativa de vida da primeira autora), cuja ação discursiva se sintoniza com a educação linguística e literária crítica, através de processos de leitura e de escrita baseados em uma autoria decolonial, como a posta em prática por Conceição em sua escrevivência. As reflexões foram feitas com base em teorias sociodiscursivas e teorias decoloniais relacionadas ao feminismo negro, à luta antiracista e contra a lesbofobia.
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