Feiticeiros Saberes
Intelectuais Negras Sapatonas e Além
DOI:
https://doi.org/10.53282/sulsul.v2i02.880Palavras-chave:
Palavras-chave: Intelectuais negras sapatonas. Literatura. Produção de conhecimento.Resumo
O presente ensaio, a partir de três giros analíticos e performáticos, enfatiza a importância da produção intelectual de sapatonas negras nos âmbitos científicos, literários e artísticos na construção de conhecimentos que alarguem narrativas sobre nós, a partir de nós, e assim consigam construir caminhos de rasura de perspectivas teóricas e políticas hegemônicas e opressoras sobre nossas corporeidades. Acreditamos que os saberes que advêm das experiências intelectuais e artísticas de sapatonas negras geram novas possibilidades éticas de coabitar o mundo, de modo que possamos construir efetivas chances de coexistir em diferença. Não ler, acessar ou (re)conhecer trabalhos de sapatonas negras como um importante campo de produção de saberes, portanto, leva ao que Sueli Carneiro chamou de epistemicídio, ou seja, o apagamento de nossas epistemologias. Por isso, compreendemos que tais saberes se instauram como feitiçaria de cura, principalmente vindo de campos artísticos, como a literatura, tendo em vista sua potência revolucionária e afetiva de contágio e desorganização de ordenamentos ontoepistemológicos opressores.
Downloads
Referências
CARNEIRO, Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. Tese. 339f. Doutorado em Educação. Programa de Pós-graduação em Filosofia da Educação – Universidade de São Paulo, 2005.
COLLINS, Patrícia Hills. Aprendendo com a outsider within: a significação sociológica do pensamento feminista negro. Revista Sociedade e Estado, v. 31, n. 1, jan./abr. 2016.
FREUD, Sigmund. Inibição, sintoma e angústia. In:______. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, [1926] 1996.
GANZALA, Ani. Pinturas. Disponível em: <https://www.facebook.com/Aniganzala/>. Acesso em: 18 ago. 2018.
GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, 1984, p. 223-224. Disponível em: <https://www.academia.edu/27681600/Racismo_e_Sexismo_na_Cultura_Brasileira_-_L%C3%A9lia_Gonzales.pdf?auto=download>. Acesso em: 20 jan. 2019.
hooks, bell. Vivendo de amor. Geledés, 2010. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/vivendo-de-amor/>. Acesso em: 20 jan. 2019.
______. Devorar al otro: deseo y resistencia. In: ______. Black Looks: Race and Representation. South End Press: Boston, 1992. Tradução Mónica Mansour.
______. Intelectuais negras. Estudos Feministas, n. 2, a. 3, jun./dez., 1995.
MARTINS, Leda Maria. Performances do tempo espiralar. In: RAVETTI, Graciela; ARBEX, Márcia (Orgs.). Performances, exílio, fronteiras: errâncias territoriais e textuais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.
NASCIMENTO, Beatriz. A terra é meu quilombo: terra, território, territorialidade. In: RATTS, Alex. Eu sou atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Instituto Kuanza, 2006.
nascimento, tatiana. lundu. Brasília: padê, 2017.
______. Da palavra queerlombo ao cuíerlombo da palavra. Palavra Preta, 2018. Disponível em: <https://palavrapreta.wordpress.com/2018/03/12/cuierlombismo/>. Acesso em: 20 jan. 2019.
PASSOS, Maria Clara de A. Afrotransfeminismo e a necessidade de quilombos de afeto para travestis negras brasileiras. Alma Preta, 2018. Disponível em: <https://almapreta.com/editorias/o-quilombo/afrotransfeminismo-e-a-necessidade-de-quilombos-de-afeto-para-travestis-negras-brasileiras?fbclid=IwAR3QpeMonGiuJiiHPO_EMzXgmj8aTzux9jnyNUwCEnW6qEApeny8cstmVB8>. Acesso em: 20 jan. 2019.
SAUNDERS, Tanya. Epistemologia negra sapatão. Periodicus, v. 7, n. 1, maio/out. 2017, p. 102-116.