CHAMADA DE TEXTOS: DOSSIÊ EDUCAÇÃO, DECOLONIALIDADE E JUSTIÇA SOCIAL - PRORROGAÇÃO

11-01-2024

Práticas e discursos capitalistas moderno-coloniais agem insidiosamente no campo da Educação e ecoam em leis e normativos jurídicos, políticas e projetos educacionais, práticas curriculares e pedagógicas, processos avaliativos e materiais didáticos. A mercantilização do ensino apregoa que o desenvolvimento de competências e habilidades cognitivas é suficiente para formar pessoas, não mais cidadãs e éticas, mas empreendedoras. Como efeito das políticas neoliberais, a formação se esvazia ao desconsiderar as diferentes dimensões humanas. Esse projeto moderno/colonial, acentuado pela agenda neoliberal, agora repressiva e fascista, (re)produz opressão e precarização da vida, repercutindo nas dinâmicas e estruturas das universidades e escolas ocidentalizadas.


Com base nesse cenário, lançamos as seguintes provocações: Como resistir à lógica neoliberal da precarização da formação e da existência? Como pensar processos educativos insurgentes e transformadores na educação básica e no ensino superior? Como decolonizar o ensino, a pesquisa e a extensão? Como decolonizar saberes, relações sociais e processos de subjetivação no campo educacional? Como produzir pesquisa decolonial em educação, comprometida com a realidade do Sul Global? Como a educação pode contribuir para a redução das desigualdades sociais e promover justiça cognitiva? Como decolonizar o ensino em ambientes educacionais e não educacionais, presenciais e remotos?


Partindo de tais questionamentos, este dossiê visa reunir trabalhos que coloquem em cena o debate sobre decolonialidade e educação, em todos os níveis de ensino. Interessam-nos pesquisas decoloniais inter/trans/multidisciplinares que busquem justiça social e cognitiva, por meio da produção e circulação de saberes, experiências, existências, narrativas, memórias e vozes de grupos subalternizados. Justiça social é entendida aqui, conforme bell hooks (2021), a partir de uma ética amorosa, contra qualquer forma de segregação, marginalização e opressão. Justiça social que compreende a ética do amor como componente central de todas as esferas da vida.


Nesse sentido, são bem-vindas reflexões ontológicas, epistemológicas, metodológicas, filosóficas, teóricas e conceituais sobre práticas de (micro)resistências na Educação, sem perder de vista as articulações com as esferas macropolíticas. Serão aceitos trabalhos que, em perspectiva decolonial, antirracista e/ou intercultural, abordem temas como políticas educacionais; processos de ensino e aprendizagem em espaços formais (educação básica, técnica e superior) e espaços não formais; práticas pedagógicas; formação de professores; currículo; processos avaliativos; materiais didáticos; aplicação da Lei 10.639 e Lei 11.645; educação em espaços de privação de liberdade; remição de pena pela leitura; letramentos de resistência e reexistência; colonialidade de gênero e interseccionalidades; identidade e relações de gênero; processos de racialização e suas ressonâncias em práticas discursivas e identitárias; povos originários e comunidades tradicionais; negritude, branquitude e cultura afrodiaspórica; ancestralidades e territórios; e comunidades de aprendizado.
Assim, convidamos pessoas pesquisadoras e/ou educadoras a compartilharem artigos científicos com resultados de suas pesquisas ou ensaios críticos inéditos, nos quais sejam apresentadas reflexões, práticas e experiências decoloniais na área da Educação.

PRORROGAÇÂO : O período de submissão está com prazo final para  15/05/2024.


Prof. Dr. Clayton da Silva Barcelos (UFOB)
Prof. Dr. Atauan Soares de Queiroz (IFBA)
Profa. Dra. Juliana de Freitas Dias (UnB)