e se a universidade fosse nossa? pertencimento, piscina, puteiro, perfis de instagram... e outras coisas com “p”
DOI:
https://doi.org/10.53282/sul-sul.v5i1.1019Palavras-chave:
bell hooks, pertencimento, autobiografia, descolonização, corpoResumo
Este artigo é um exercício de experimentação autobiográfica acerca da Educação e sua relação com Pertencimento e corpo. Trago como fundamento teórico da produção autobiográfica enquanto pesquisa os estudos de Glória Anzaldúa, Pedra Homem e Jota Mombaça. Para pensar a questão do pertencimento, estabeleço um diálogo com bell hooks. E, como disparador, utilizo registros feitos por estudantes da Educação Básica no âmbito de um projeto de extensão em uma Universidade pública no estado da Bahia. Os registros tinham como objetivo responder à provocação: “o que falta nessa Universidade para ela ser nossa?”. A partir de tudo isso, componho uma narrativa autobiográfica que, acredito, no ajuda a sentir e pensar como a Educação na Universidade, motivada pela Ciência Moderna, tem separado corpo e mente, reservando um lugar de esquecimento, ou sumiço, ao primeiro. Não busco uma análise detalhada de cada registro, mas seguindo o método de bell hooks de compor histórias com conceitos, componho com epistemologias dissidentes um arcabouço de discussões que podem ser instrumentos ao questionamento. Proponho, assim, uma perspectiva ética para a produção científica: a escrita com/sobre/a partir do corpo para para que possamos educar e pertencer.
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Referências
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