Conceição Lima, Maria Alexandre Dáskalos e Vera Duarte
da apropriação e projecção do locus no processo de autoconhecimento
DOI:
https://doi.org/10.53282/sulsul.v2i03.900Palavras-chave:
poesia, São Tomé e Príncipe, Angola, Cabo-Verde, feminino, margemResumo
Na exposição intitulada “Conceição Lima, Maria Alexandre Dáskalos e Vera Duarte: da apropriação do locus no processo de autoconhecimento” pretende-se apresentar e analisar a obra poética destes três poetas africanas, incidindo sobre a problemática da identidade coletiva e da afirmação da identidade de género nos três diferentes contextos, no contexto santomense, angolano e cabo-verdiano. Para tal, iremos compreender o modo como as autoras mergulham no passado dos seus países e na memória individual e coletiva para recuperarem uma identidade nacional e para melhor se compreenderem nela enquanto mulheres e seres moldados por opressões várias. Neste processo, as três escolhem a poesia como linguagem teórica para a reflexão e apresentação. Recorreremos ao conceito de margem enquanto local estratégico, de bell hooks, para compreendermos o uso desta teorização realizada estiticamente, bem como o modo como a margem se converte em local de resistência, através do desenvolvimento de uma estratégia de afirmação que vence o medo e o complexo. Acrescentaremos o conceito de “La facultad” de Gloria Anzaldúa que explica como o medo atua nesse local marginal e as capacidades e caraterísticas que isso desenvolve no ser da margem. Concluiremos compreendendo estas produções da margem enquanto resistência e criação por oposição à “surfemme” descrita por Julia Kristeva.
Downloads
Referências
ANZALDÚA, Gloria. Borderlands. La Frontera. The new mestiza. San Francisco: Aunt Lute Books, 2012.
COQUERY-VIDROVICH, Catherine. Les africaines. Histoire des femmes d’Afrique subsaharienne du XIXe au Xxe siècle. Paris: La Découverte, 2013.
DÁSKALOS, Maria Alexandre . Poemas. Luanda: Edição da família do autor, 1975.
DÁSKALOS, Maria Alexandre. Jardim das delícias. Lisboa: Caminho, 2003.
DUARTE, Vera. Amanhã Amadrugada. Lisboa: Vega, 1993.
HOOKS, Bell. Choosing the margin as a space of radical openness, Yearnings: Race, Gender and Cultural Politics. 1989.
KRISTEVA, Julia. Seule une femme. La Tour d’Aigles: Éditions de l’aube, 2013.
LIMA, Conceição. O útero da casa. Lisboa: Caminho, 2004.
LIMA, Conceição. O país de Akendenguê. Lisboa: Caminho, 2011
MARTINS, Catarina. ‘La noire de...’ tem nome e tem voz. A narrativa de mulheres africanas anglófonas e francófonas para lá da Mãe
África, dos nacionalismos anticoloniais e de outras ocupações, e-cadernos CES, 12, 2011.
RICH, Adrienne. Adrienne Rich’s Poetry and Prose. Londres: W.W. Norton & Company, 1993.
SENGHOR, Léopold Sédar. Oeuvre poétique. Paris: Éditions Seuil, 2006.