Docência sapatão
desobediências cotidianas na educação infantil e anos iniciais
DOI:
https://doi.org/10.53282/sulsul.v2i02.889Palavras-chave:
professoras lésbicas, sapatonas, educação infantil, anos iniciais, lesbofobiaResumo
Professoras inegavelmente lésbicas, professoras sapatonas, em salas de aula com crianças, driblam a obrigatoriedade de ser exemplos de heteronormatividade para a nova geração e protagonizam este trabalho. É preciso admitir que lecionar para crianças impõe cobranças diferentes das que recaem sobre docentes de outros níveis de ensino, apesar disso, tais especificidades costumam ser invisibilizadas como se não existissem. A exigência do padrão da “professorinha”, por exemplo, consiste em inúmeras pressões bem pouco sinalizadas em pesquisas, sobretudo se aliada à sexualidade, raça e geração. Ser professora de grupos de estudantes de zero a doze anos significa ter de lidar, cotidianamente, com imposições despropositadas a respeito do que seriam vestimentas, cortes de cabelo e comportamentos aceitáveis, dentro e fora do ambiente escolar. A situação se agrava quando se trata de professoras que estão longe de representar o modelo de “feminilidade” determinado para tal função e que, ao mesmo tempo, vivem relações afetivo-sexuais com outras mulheres. Este artigo baseia-se em pesquisa de mestrado em andamento, cujo referencial teórico e metodológico parte de contribuições de feministas lésbicas interseccionais e docentes-corpos-dissidentes em turmas de crianças.
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